quarta-feira, agosto 09, 2006

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Os documentos, datados de Janeiro de 2005, foram enviados à Direcção-Geral de Inovação e De-senvolvimento Curricular, à Inspecção-Geral de Educação, às direcções regionais de Educação, escolas públicas e particulares e associações de pais e estão disponíveis para consulta e ‘download’ no ‘site’ do GAVE (www.gave.pt). Em algumas disciplinas foram acrescentados documentos com informações adicionais, em Maio de 2005, cujos títulos também contêm o termo ‘entalados’. Os documentos informam as escolas, professores e pais sobre os objectos de avaliação, as características, a duração e o material que pode ser utilizado durante a realização dos exames.

O GAVE justifica que os títulos não são mais do que “códigos internos”. A presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, Maria José Viseu, considera que se trata de uma situação “caricata” e que “se não tivesse havido problemas o código até não teria grande significado”.

Os exames ‘entalados’ foram precisamente os que registaram as médias mais baixas na 1.ª fase: 6,9 em Química (realizado por 19 mil alunos), 7,3 em Matemática (40 mil), 7,7 em Física (5800) e 9,1 em História (8700).

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Quando no Ministério deram os nomes aos ficheiros até parecia que adivinhavam os resultados dos exames. ‘Fisica_Entalados’, ‘Historia–2005–2006_V_Entalados’, ‘Inf_Exame_Quimica_Entalados’ e ‘Inf_Ex_Entalados_Matematica’ são os títulos dados pelo GAVE aos ficheiros com informações sobre os exames do novo programa. Estas foram as provas em que os alunos tiveram as piores notas e que levaram a ministra a dar oportunidade aos alunos para repetirem Física e Química.

"SÃO CÓDIGOS PARA USO INTERNO"

O Ministério da Educação (ME) justifica os títulos dos documentos como sendo “códigos internos”. O Correio da Manhã interrogou a directora do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), Glória Ramalho, sobre o motivo de dar aos documentos, que são acessíveis através da internet, com o termo ‘entalados’. A responsável explicou que a informação nos ficheiros “são códigos internos para distinguir três tipos de exames: os exames da reforma antiga, os exames da nova reforma e os exames de uma “reforma” entre as duas, que, de facto só vão ter realidade este ano”.

Questionada sobre se considerava correcto dar um título com este teor a informações destinadas a milhares de alunos, professores e pais, Glória Ramalho esclareceu que “não é o título das informações que está em causa, é a indicação da reforma, a que correspondem”.

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